Faz hoje 50 anos que os Pink Floyd lançaram “The Dark Side of the Moon“, o oitavo álbum de estúdio da banda. O disco marcou uma nova fase no som da banda, com canções mais curtas e mensagens mais claras e diretas, para além de conter alguns dos mais complicados usos de instrumentos e efeitos sonoros existentes na época.
O álbum aborda os mais variados temas, com especial enfoque na doença mental, envelhecimento e morte, muito inspirados pela saída de Syd Barrett, ex-integrante da banda que abandonou o grupo em 1968 devido a problemas mentais fruto do uso de drogas.
A banda produziu o trabalho no Abbey Road Studios de Londres durante cerca de seis meses com o produtor Alan Parsons. A capa de The Dark Side Of The Moon, criada pelo designer Storm Thorgerson, é certamente uma das mais conhecidas no mundo com o feixe de luz transpassando um prisma e decompondo-se num espectro de cores, desenvolvida para simbolizar a complexidade que o som da banda escondia por trás da sua aparência simples.
The Dark Side of the Moon foi um sucesso imediato, tendo liderado a tabela de álbuns da Billboard 200 nos Estados Unidos. O álbum permaneceu 741 semanas consecutivas nesta tabela – de 1973 a 1988 – sendo o álbum recordista de duração na Billboard 200. Tendo em conta entradas e saídas, o álbum figurou neste top mais de 930 semanas.
The Dark Side Of The Moon vendeu mais de cinquenta milhões de cópias mundialmente, sendo terceiro álbum mais vendido da história, sendo considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos, tanto pela crítica como pelos fãs.
Aqui ficam 10 curiosidades sobre o disco:
- O título era para ser Eclipse
Desde o começo, a banda tinha a intenção de chamar o álbum The Dark Side of the Moon, mas vieram a descobrir que a banda de folk rock progressivo Medicine Head tinha lançado um álbum com esse mesmo título 1972. No entanto, como o lançamento não teve sucesso de vendas, os Pink Floyd decidiram manter o nome originalmente pensado. - The Dark Side of the Moon foi o primeiro álbum dos Pink Floyd a entrar no top 40 dos EUA
Sendo este o oitavo álbum da banda e com o grande sucesso obtido poucos acreditam que os trabalhos anteriores da banda saíram-se muito mal nos Estados Unidos. Antes de Dark Side of the Moon, o maior sucesso da banda nos Estados Unidos foi “Obscured by Clouds”, a banda sonora do filme francês La Vallée, que alcançou a posição 46 na Billboard 200 no verão de 1972. Mas, devido a uma forte campanha promocional da Capitol Records The Dark Side of the Moon subiu até o topo da Billboard 200 dois meses após o seu lançamento. - O álbum marcou a primeira vez que Roger Waters escreveu todas as letras
Embora já tivesse participado nas letras de outros trabalhos anteriores, este foi o primeiro em que Waters comandou a produção das letras de um disco completo dos Pink Floyd. Ele afirmou que fez um esforço consciente para empregar palavras que fossem muito diretas e fáceis de entender. - Os fãs dos Pink Floyd puderam ouvir o álbum um ano antes do lançamento oficial
Em 20 de Janeiro de 1972, a banda tocou todas as faixas do álbum ao vivo, a mesma sequência em que aparecem na obra, no Brighton Dome, no concerto que chamaram de Dark Side of the Moon: A Piece for Assorted Lunatics. O grupo repetiu a apresentação ao longo de 1972, melhorando as faixas e as transições entre elas com a prática. - “Money” foi influenciado por Booker T e os MGs
O primeiro hit do Pink Floyd no Top 20 nos EUA (alcançou o número 13 na Billboard Hot 100 em julho de 1973), “Money” é a faixa de rock mais agressiva do álbum. Segundo David Gilmour, “Money” tem raízes na banda norte-americana de soul instrumental Booker T. & the M.G.’s. Numa entrevista de 2003 à Rolling Stone, ele explicou que tinha o disco Green Onions na adolescência e que trouxe muito do grupo na produção musical do álbum. - “Us and Them” foi rejeitada da trilha sonora de Zabriskie Point
Us and Them foi originalmente escrito por Richard Wright em 1969 como um solo de piano instrumental destinado a ser usado no filme Zabriskie Point de Michelangelo Antonioni, para o qual a banda foi contratada para compor. A peça, então conhecida como The Violent Sequence, seria usada em cenas em câmara lenta de tumultos estudantis / policiais na UCLA. Foi rejeitada para o filme e ressuscitada para o álbum depois que Waters escreveu a letra. - “Breathe” foi criada por Waters muito antes
A inspiração para Breathe veio de uma música que Roger Waters havia escrito e gravado em 1970 como parte da trilha sonora de um filme sobre biologia humana chamado “The Body”. A letra de abertura é a mesma em ambas as músicas. A canção original era um protesto contra a destruição da natureza pelo homem para fins lucrativos, um tema que apareceu em mais do que algumas composições de Waters. - Inspiração para o nome do álbum
Uma versão aproximada de Brain Damage foi escrita na época de Meddle e era conhecida como “The Dark Side of the Moon”. - Lucros do disco ajudaram na produção de Monty Python em Busca do Cálice Sagrado
Entre as sessões de gravação de Dark Side, os membros do Pink Floyd assistiam a série britânica Monty Python’s Flying Circus. Então quando os comediantes decidiram angariar fundos para realizar o brilhante Monty Python em Busca do Cálice Sagrado, lançado em 1975, os integrantes dos Pink Floyd ficaram mais que felizes em ajudar com 10% do budget inicial do filme, cerca de £200 mil. - Existem rumores que o álbum deve ser tocado enquanto se assiste ao filme O Feiticeiro de Oz
Muitas semelhanças foram retratadas entre a música, as letras e o filme. A banda negou que o filme clássico os tenha impressionado durante a gravação do álbum, mas existem inúmeras referencias a situações onde a música do álbum se encaixa nas cenas do filme. Se quiser tirar esta história a limpo, certifique-se de iniciar a audição do álbum a partir do terceiro rugido do leão MGM no início do filme.