Nos últimos anos, perdemos muitos talentos musicais notáveis, cujas contribuições deixaram uma marca indelével na indústria da música e nos corações dos fãs em todo o mundo. O ano passado não foi exceção, testemunhando o adeus a uma série de músicos icónicos, cujas obras moldaram e influenciaram gerações. Desde lendas do rock até ícones do pop, o ano passado foi marcado por despedidas emocionantes e reflexões sobre o legado duradouro deixado por esses artistas incríveis.
Jeff Beck
Jeff Beck, nascido Geoffrey Arnold Beck foi um guitarrista britânico que tocou em várias bandas influentes da década de 1960 incluindo os The Yardbirds. Liderou ainda o Jeff Beck Group, responsável por lançar o cantor Rod Stewart no cenário musical, e teve destaque com o trio Beck, Bogert & Appice.
Em 2011, foi eleito o 5º melhor guitarrista da história pela revista norte-americana Rolling Stone.
Jeff Beck alcançou a fama como parte dos Yardbirds, onde substituiu Eric Clapton, antes de formar o grupo Jeff Beck com Rod Stewart. O lendário guitarrista morreu a 11 de janeiro de 2023, aos 78 anos, após contrair meningite bacteriana.
Linda Lewis
Linda Ann Fredericks, mais conhecida como Linda Lewis, foi uma cantora e compositora inglesa. Ela é mais conhecida pelos singles “Rock-a-Doodle-Doo” (1973) e pela sua versão de “The Shoop Shoop Song” de Betty Everett (1975), para além de trabalhar com Cat Stevens, David Bowie e aparecer em o primeiro Festival de Glastonbury em 1970. A cantora britânica morreu no dia 3 de maio, aos 72 anos. Ela era mais conhecida por seus singles Rock-a-Doodle-Doo (1973) e The Shoop Shoop Song (1975).
Shane MacGowan
Shane Patrick Lysaght MacGowan foi um cantor, compositor e músico irlandês nascido na Grã-Bretanha conhecido como vocalista e letrista principal da banda punk The Pogues. Conhecido pela sua excepcional habilidade de composição e uso pesado de álcool e drogas, MacGowan foi descrito pelo The New York Times como “uma personalidade titanicamente destrutiva e um mestre compositor cujas letras pintaram retratos vívidos do ponto fraco da vida dos imigrantes irlandeses”.
O cofundador dos The Pogues, principalmente conhecido pelo dueto de Natal com Kirsty MacColl, Fairytale Of New York, morreu no dia 30 de novembro aos 65 anos de pneumonia e encefalite.
Sinéad O’Connor
Sinéad Marie Bernadette O’Connor foi uma cantora, compositora e ativista irlandesa. O seu primeiro álbum de estúdio, The Lion and the Cobra, foi lançado em 1987 e alcançou sucesso nos tops internacionais. O álbum de 1990, I Do Not Want What I Haven’t Got, foi o seu maior sucesso comercial, vendendo mais de sete milhões de cópias em todo o mundo. O seu primeiro single, “Nothing Compares 2 U”, foi homenageado como o melhor single mundial do ano no Billboard Music Awards.
O’Connor alcançou sucesso nos tops com Am I Not Your Girl? (1992) e Universal Mother (1994), ambos certificados ouro no Reino Unido, assim como Faith and Courage (2000), certificado ouro na Austrália. A Sua carreira abrangeu canções para filmes, colaborações com vários artistas e aparições em concertos beneficentes para arrecadação de fundos. O livro de memórias de O’Connor, Rememberings, foi lançado em 2021 e tornou-se um best-seller.
O’Connor chamou a atenção para questões como abuso infantil, direitos humanos, racismo, religião organizada e direitos das mulheres.
A 26 de julho de 2023, O’Connor foi encontrada inconsciente no seu apartamento em Herne Hill, sul de Londres, e confirmada como morta aos 56 anos.
Tina Turner
Tina Turner, nascida Anna Mae Bullock, foi uma cantora suíça nascida nos Estados Unidos. Amplamente referida como a “Rainha do Rock ‘n’ Roll”, ganhou destaque como vocalista da dupla Ike & Tina Turner, antes de se lançar numa carreira de sucesso como artista a solo.
Turner começou a sua carreira com o Kings of Rhythm, de Ike Turner, em 1957, sob o nome de Little Ann. Em 1960 foi apresentada como Tina Turner, com o dueto single “A Fool in Love”. A dupla Ike & Tina Turner tornou-se “um dos mais formidáveis shows ao vivo da história”, antes de se separarem, em 1976. Na década de 1980, Turner teve “um dos maiores retornos da história da música”. O álbum multiplatina de 1984 Private Dancer continha o hit “What’s Love Got to Do with It”, que ganhou o Grammy de Gravação do Ano e tornou-se o seu primeiro e único número 1 na Billboard Hot 100. Aos 44 anos, ela foi a artista a solo feminina mais velha a liderar o Hot 100. O sucesso nos tops continuou com “Better Be Good to Me”, “Private Dancer”, “We Don’t Need Another Hero (Thunderdome)”, “Typical Male”, “The Best”, “I Don’t Wanna Fight”, e “Golden Eye”.
Em 1988, entrou para o livro dos recordes do Guiness devido a ter realizado o espetáculo com o maior número de público pagante alguma vez feito por uma cantora a solo quando atuou para 182 mil pessoas no Maracanã, no Rio de Janeiro.
Tendo vendido mais de 100 milhões de discos em todo o mundo e sendo a primeira pessoa – e por enquanto única – a ter, pelo menos, um hit no top 40 do Reino Unino em sete décadas consecutivas (décadas de 1960 a 2020), Turner foi um dos artistas mais vendidos de todos os tempos, tendo recebido doze Grammy, que incluem oito prémios competitivos, três prémios Grammy Hall of Fame e um Prémio Grammy de Contribuição em Vida. Foi a primeira artista negra e primeira mulher a figurar na capa da Rolling Stone, que a classificou entre os 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos e os 100 Maiores Cantores de Todos os Tempos. Com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e outra na Calçada da Fama de St. Louis, Tina foi duas vezes nomeada ao Rock and Roll Hall of Fame, com Ike Turner, em 1991, e como artista a solo em 2021. Tina Turner faleceu em 24 de maio de 2023, aos 83 anos de idade.
Rita Lee
Rita Lee Jones de Carvalho foi uma cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora, atriz, escritora e ativista brasileira. Conhecida como a “Rainha do rock brasileiro”, ultrapassou a marca de 55 milhões de discos vendidos, sendo assim a artista feminina mais bem-sucedida em vendas no Brasil e a quarta no geral.
Rita foi considerada um dos músicos mais influentes do Brasil, sendo referência para aqueles que vieram a usar guitarra a partir de meados dos anos 1970. Ex-integrante do grupo Os Mutantes (1966–1972) e do Tutti Frutti (1973–1978), participou de importantes revoluções no mundo da música e da sociedade. As suas canções, em geral regadas com uma ironia ácida ou com uma reivindicação da independência feminina, tornaram-se onipresentes nos tops de sucesso, entre as mais populares estão “Ovelha Negra”, “Mania de Você”, “Lança Perfume”, “Agora Só Falta Você”, “Baila Comigo”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Erva Venenosa”, “Amor e Sexo”, “Flagra” e “Doce Vampiro”. O álbum Fruto Proibido (1975), lançado com a banda Tutti Frutti, é comumente visto como um marco fundamental na história do rock brasileiro, considerado por alguns como a sua obra-prima.
Morreu a 8 de maio de 2023 devido a complicações relacionadas com um tumor no pulmão.